Por que e para que procurar um psiquiatra?

Você já passou por um momento de “turbulência” interna? Daqueles em que nada parece ajudar? Há casos em que, para retomar a qualidade de vida, a intervenção de um psiquiatra é essencial. No entanto, por medo, ignorância e/ou preconceito, algumas pessoas tardam a procurá-lo. Com isso, prejudicam não apenas sua saúde mental, mas também a física.

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Neste artigo, a Dra. Armanda Rufino, psiquiatra da Aqua Vitae, desmistifica a realidade de um consultório de psiquiatria. Continue a leitura e entenda os motivos e a finalidade de  procurar esse especialista.

Qual é a diferença entre o psicólogo e o psiquiatra?

O primeiro ponto para se considerar ao procurar um psiquiatra é compreender a diferença de sua atuação em relação ao psicólogo.

A graduação em psicologia leva, em média, 5 anos. Sua área de atuação é bem abrangente: além do consultório com a psicoterapia, o psicólogo pode trabalhar em departamentos de  Recursos Humanos públicos ou privados, aplicar testes psicológicos ou trabalhar em equipes multidisciplinares.

Já o psiquiatra cursa 6 anos de medicina e 3 anos de residência em psiquiatria. Depois, inicia a especialização em alguma área mais específica como dependência química, infância e adolescência, urgência,  entre outras.

A grande diferença entre eles é que, caso seja necessário, o psiquiatra é médico e pode prescrever medicamentos. “O psiquiatra trata problemas psíquicos, dos quais fazem parte questões mentais, sentimentais e emocionais. Mas também considera o aspecto físico, pois há doenças clínicas que afetam a mente e vice-versa”, explica Dra. Armanda. Quem tem depressão, por exemplo, costuma ter queixas físicas sem causas aparentes e quem tem Lúpus, uma doença autoimune, pode iniciar o quadro com uma depressão ou uma psicose, o que mostra a íntima relação entre mente, emoções e corpo”.

No caso da doença psíquica, os dois profissionais, psiquiatra e psicólogo, habitualmente  atuam de forma interdisciplinar, contribuindo entre si para potencializar os resultados do  tratamento.

Quem está sujeito a um transtorno mental?

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS Brasil), os determinantes da saúde mental e respectivos transtornos vão de características individuais (capacidade de administrar pensamentos, emoções e comportamentos, bem como de interagir socialmente e da qualidade dos relacionamentos) à influência dos fatores externos (padrão de vida, condições de trabalho, etc).

Somam-se, ainda, o estresse, má alimentação, genética, infecções perinatais e a exposição a perigos ambientais. Assim, todas as pessoas estão sujeitas, em maior ou menor grau, a apresentar um transtorno mental ao longo da vida.

Por que procurar um psiquiatra?

O motivo que leva as pessoas a procurarem um psiquiatra é diminuir seu sofrimento, principalmente em termos de sentimentos e emoções. Para que consigam sair da crise, precisam de um diagnóstico correto, associado, ou não, a um tratamento medicamentoso e à psicoterapia.

“O sofrimento psíquico é muito intenso. As pessoas percebem como sendo, inclusive, mais dolorido do que o físico. Isso, por si só, justifica a importância da especialidade”, afirma Dra. Armanda.

Porém, a falta de conhecimento sobre o papel do psiquiatra limita seu alcance. “Ainda que existam doenças que tirem as pessoas da realidade (psicoses, como a esquizofrenia), elas ocorrem em uma proporção pequena no dia a dia do consultório”, conta. Na maior parte do tempo, os psiquiatras tratam doenças que não desconectam as pessoas do mundo real (como depressão e ansiedade), porém ainda é considerada uma especialidade de pessoas que perderam o controle de sua vida, sendo estigmatizadas e desacreditadas por causa disso.

Além desse estigma, soma-se o fato de o psiquiatra estudar algo que não é palpável e nem visível. Ele sequer conta  com exames específicos para traçar os diagnósticos que são feitos pelo quadro de sintomas. No máximo, o psiquiatra solicita exames para descartar outras hipóteses, como um problema de tireoide que esteja causando um cansaço que pode equivocadamente ser atribuído a um quadro depressivo. Isso faz com que as pessoas tenham dificuldades para entender o alcance da psiquiatria, visto que não há um exame  laboratorial ou de imagem para mostrar o transtorno, como no caso de uma perna quebrada em que todos podem ver o Rx e entender que a pessoa está doente e com limitações.

Como saber o momento de procurar um psiquiatra?

Muitas vezes, o sofrimento psíquico, com sintomas que envolvem a mente e as emoções, faz parte de um momento existencial (de luto, dificuldades no trabalho, problemas no relacionamento, entre outros). Mas há situações em que a tristeza passa desses limites e se transforma numa depressão; a timidez numa fobia social; a preocupação num problema de ansiedade. Essa é a hora de procurar pela ajuda de um psiquiatra.

“Quando existe uma doença, perde-se o controle da situação. Isso porque, há componentes neuroquímicos e físicos que precisam ser reequilibrados para mudar hábitos e, por fim, promover uma revisão de vida”, salienta a Dra. Armanda. No caso da doença estar instalada, há prejuízo no funcionamento de uma forma que a vida da pessoa fica progressivamente comprometida em diversas áreas (profissional, familiar, pessoal).

Ela reforça que o remédio, em si, não resolve o problema: “os medicamentos apenas deixam os pacientes bem para que possam solucioná-los”.  Os remédios reequilibram física e energeticamente o paciente para que seja possível uma mudança de postura, “o mais essencial neste momento em que a doença mostra que a estratégia de vida precisa ser revisada”. Com o organismo reequilibrado, começa a ser viável a investigação da causa mais profunda do problema — se necessário, por meio de um tratamento interdisciplinar.

Para que procurar um psiquiatra?

Quem procura ajuda de um psiquiatra deseja recuperar sua saúde e, assim, voltar a se sentir completo. É essencial ressaltar que a doença sempre traz um desafio importante! Por conta dela, pode-se descobrir muito sobre si mesmo. Afinal, no caminho para a superação, revelam-se tanto posturas que precisam ser mudadas, como potenciais que estavam, até então, adormecidos.

A Dra. Armanda explica que, por conta disso, muitos pacientes descobrem sua missão, talentos e vocação, ou seja, como podem servir à vida e serem realizados em suas existências, durante  a caminhada ao longo do tratamento.

Assim, um tratamento, seja psiquiátrico, clínico ou cirúrgico,  feito com disposição para se fazer o que é preciso e não mais somente o que se quer,  pode provocar uma verdadeira revolução na vida das pessoas. Desta forma, cabe ao psiquiatra fornecer as ferramentas e ao paciente estar verdadeiramente disponível para superar  a dor da alma, fazendo dessa experiência um importante degrau na sua ascensão como ser humano. Por fim, lembre-se que, ainda que a ajuda médica seja importante, o principal — ou seja, a real mudança de vida — depende do empenho e do comprometimento de cada um ao longo da sua experiência de adoecimento.

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