O que a qualidade do sono diz sobre a sua saúde

Enfim, existem inúmeros motivos para que as noites não consigam ser tão revigorantes como deveriam. Preocupações com contas, nariz entupido, mudança de fuso horário após viagens longas de avião…  

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Se o problema for esporádico, menos mal: na noite seguinte, o organismo se recupera. Mas quando dormir mal se torna rotina, deve-se tomar uma atitude — afinal, a qualidade do sono diz muito sobre a saúde!

Ao contrário do que acontece em uma boa noite de descanso, na qual a imunidade é reforçada, os distúrbios do sono desregulam o metabolismo e deixam o corpo propenso a doenças como obesidade, diabetes, hipertensão, etc. Para preveni-las, deve-se buscar ajuda especializada o quanto antes.

Neste artigo, com colaboração da Dra. Elisa Baumgarten, dentista biológica da Clínica Aqua Vitae, você verá como diversos fatores influenciam o sono. Destacamos a saúde da boca, mas outros aspectos também são abordados. Confira!

Funcionamento do sono normal

O sono tem diversas funções. A principal é liberar os hormônios usados na manutenção e reparação do corpo, recuperando a energia gasta na vigília, quando estamos acordados.

Outras atribuições, que ocorrem, especialmente, na fase REM (rapid eye moviment ou movimento rápido dos olhos, etapa na qual os músculos relaxam e ocorrem os sonhos), são:

  • eliminar toxinas do cérebro que, em excesso, aumentam as chances de ter doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer;
  • consolidar e organizar informações importantes, bem como apagar memórias desnecessárias.

Ritmo circadiano e qualidade do sono

O ritmo circadiano é popularmente conhecido como relógio biológico. Quando desregulado, leva a 9 tipos de transtornos do sono caracterizados pela insônia ou sonolência. São eles:

  1. Síndrome da fase atrasada do sono, caracterizada pelo dormir e acordar tardios;
  2. Síndrome da fase avançada do sono, ou seja, dormir e acordar precoces;
  3. Tipo padrão irregular, quando há necessidade de cochilar a qualquer hora do dia;
  4. Síndrome hipernictemérica, ciclo sono-vigília sem padrão de 24 horas, mais comum em pessoas cegas e trabalhadores noturnos;
  5. Secundário à mudança brusca de fuso horário;
  6. Secundário ao trabalho em horário irregular;
  7. Secundário a doenças;
  8. Secundário ao uso de drogas ou medicações;
  9. Outros tipos de transtornos.

E não existe uma receita pronta para prevenir os transtornos do sono. Em geral, o indicado é dormir 8 horas por dia e, preferencialmente, à noite quando a melatonina – o hormônio do sono cujo pico de produção acontece das 1h às 4h – é produzida pelo corpo. No entanto, isso varia de pessoa para pessoa, considerando, além de seus hábitos, a genética. 

Em 2017, pesquisadores receberam o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina por descobrirem o peso da genética na regulação do sono. Por influência dos genes, a pesquisa evidenciou que algumas pessoas são, naturalmente, mais dispostas pela manhã, outras à tarde e, outras, à noite.

Além dos distúrbios do sono, isso reflete na saúde, provocando:

Sua boca e a qualidade do sono

A Dra. Elisa Baumgarten salienta o papel da respiração na qualidade do sono. “Quem respira pela boca durante o dia, também o faz à noite. Isso leva a roncos e apneias, e aumentam o risco de problemas cardiovasculares, falta de memória e cansaço crônico”, afirma.

Segundo ela, 2 fatores relacionados à boca causam interferências no sono: arquitetura bucal e obstrução nasal.

1. Arquitetura bucal

Uma mandíbula bem posicionada durante o sono não obstrui passagem de ar, evitando os problemas mencionados. Outro fator fundamental é um bom selamento labial.

“Para uma boa arquitetura bucal, muitas vezes, indica-se o uso de aparelhos ortodônticos.” No entanto, quando a mandíbula está posicionada para trás ou para os lados (mordida cruzada), há implicações na respiração e até na postura.

2. Obstrução nasal

Uma série de fatores pode entupir as narinas, levando à respiração bucal. Por exemplo: rinites, alergias, adenoidites, entre outros quadros relacionados a um sistema imune hiper-reativo.

“A alimentação industrializada e ambientes cheios de produtos químicos (de limpeza, de higiene, etc) provocam, excessivamente, o sistema imune. Dessa forma, favorecem o entupimento nasal crônico nasal, que leva ao ronco e a apneia”, diz.

O estresse e a ansiedade também podem levar à obstrução das narinas, pois a respiração curta e ofegante reduz a funcionalidade do nariz. “Assim, as vias aéreas ficam obstruídas por falta de uso, propiciando a respiração bucal noturna.”

Outros fatores relacionados à qualidade do sono

A qualidade do sono é multifatorial. Desequilíbrios hormonais, por exemplo, também têm influência. Sabe-se que durante a menopausa, a queda na produção de estrogênios desregula o sono. Isso sem falar nas ondas de calor, que quando se dão à noite, perturbam o relaxamento.

Outro fator é a micção noturna frequente (noctúria), caracterizada pelo ato de levantar para urinar, duas ou mais vezes, à noite. Ela pode estar relacionada com o aumento da próstata, muito comum entre homens mais velhos ( chamada de HPB – hiperplasia  prostatica benigna), com excesso de diuréticos a noite, seja em chás e em bebidas alcoolicas, medicacoes, estresse cronico ou diabetes e pré-diabetes.

Assim, a qualidade do sono diz muito sobre a saúde de cada um. Em caso de distúrbio, deve-se investigar os fatores relacionados e corrigi-los. Para isso, nada melhor do que a orientação de um especialista. Dormir bem, além de melhorar o bem-estar, previne uma série de doenças!

Tem interesse em saber como a qualidade do seu sono pode estar afetando sua saúde e qualidade de vida? Então, agende uma consulta na Clínica Aqua Vitae pelo site ou WhatsApp!

Escrito por:
Dra. Elisa Baumgarten
CRO/SC 8.724

Dra. Elisa Baumgarten é formada em bioquímica e odontologia, pela USP, mestre em Bioquímica, pela Universidade de Cambridge, e especialista em Homeopatia. O motor da sua prática sempre foi a Consciência Bucal: ensinar seu paciente  a ter saúde e entender o que ocorre em sua boca para saber administrá-la de forma inteligente, sem dogmas. Saiba mais sobre a Dra. Elisa.